terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Vênus e Marte


Vênus: A Deusa do Amor.
Marte: O Deus da Guerra.

A amor é o maior inimigo da mulher.
Imagino que, antes da sociedade ser paternalista, machista e caralho a quatro (perceba, CARALHO, e não buceta), já várias mulheres colocavam o amor em primeiro lugar. Assim, foi fácil para elas aceitarem a função social de propriedade, vasos decorativos e/ou brinquedos sociais.
Não estou generalizando, não. Também sei que muitas mulheres usam dessa posição em benefício próprio, desde a amante dos ricos até a dama que não trabalha por escolha do marido.
Mas, e quanto ao amor?
Pesquisas dizem que os homens se apaixonam mais. (Imagino que, para isso, tenham também que desapaixonar bastante e rapidamente...)
Outras pesquisas mostram que, após divórcio ou falecimento do(a) companheiro(a), o homem é o que casa novamente, majoritariamente.
É claro que, para esta análise, é preciso supor que todos esses casamentos tenham como base o amor. Assim feito, é curioso ver como, para os homens, a coisa é mais simples. Simples demais, tratando-se de amor...
Depois de a sociedade se transformar no que somos hoje, ou seja, machismo e paternalismo ainda existentes, porém mais brandos, ainda a mentalidade “esposa” mantêm-se no subconsciente feminino.
Seria isso uma forma de aprimoriamente da espécie, já que as mulheres se preocupam tanto com o pai em potencial para suas crias?
Não sei e acho que nunca vou saber. Mas juro que queria entender como é achar o video game, ou o futebol, mais importantes...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Missa


É muito bom morar numa cidade que possui diversos cantinhos públicos. Aonde vivo é assim. Porém, no Centro, as praças são ocupadas por pessoas que quase nunca deixam esses lugares, e em geral não é muito seguro ou confortável se aproximar delas. Essas são os mendigos, os moradores de rua e os bêbados.

O único momento em que as praças se vêem livres deles é quando chove. E ontem choveu, mas não no momento em que cheguei ao Centro, com minha mochila nas costas, pesada pelas opções do que se ler. Mantenho uma rotina de estudo nas férias, e, portanto, enquanto esperava o horário do meu encontro – razão pela qual estava no Centro –, teria que utilizar o tempo de modo útil. Teria que estudar.

Da última vez que fui ao Centro, perambulei pela Praça Roosevelt, mas acabei sentada num boteco cheio de artistas de teatro. O clima desses lugares é muito gostoso, porém para socializar, não para ler. Mesmo assim, sob efeito da cafeína, consegui me concentrar um pouco.

Porém, desta vez, além de desejar mais silêncio, não queria gastar dinheiro. Não cogitava nenhuma possibilidade de atender a essa minha vontade até avistar a bela Igreja da Consolação.

Pronto. Entraria, inicialmente, para conhecer a igreja, e depois decidiria ficar ou não.

A Igreja da Consolação, fundada – depois fui descobrir – em 1799, é muito imponente por fora, e outrora o fora por dentro. Porém, provavelmente por falta de dinheiro, muitas das imagens da igreja não puderam ser devidamente restauradas. O cimento que corrigiu rachaduras agora estraga as pinturas nos tetos e paredes. As únicas coisas que se mantêm belas são os vitrais e os pilares de madeira.

Quando entrei pela porta principal, havia uma reza baixa, vinda das velhinhas que se sentavam nos primeiros bancos. Eram cinco e meia. Depois de uma inspeção, conclui que aquele lugar era perfeito para o meu estudo e me posicionei num banco perto do fundo.

Foi uma experiência muito peculiar. Quando pequena, freqüentava a igreja como praticante. Entrar no seu reduto para fazer uma atividade secular, ao invés de rezar, faz com que o seu ponto de vista sobre ela mude. Não que eu a tenha analisado cientificamente, mas com certeza o nível de racionalismo, perante o nível de misticismo, mudou e muito.

Sentia-me um ET, um peixe fora d’água. Era como se tivesse entrado pela primeira vez numa igreja. De certo modo, para mim, aproveitar a luz do teto fazia mais sentido do que olhar para o altar e dizer diversas palavras, como todas as outras pessoas faziam. Sim, já faz um tempo que me identifico mais com os agnósticos e até mesmo com os ateus, do que com os religiosos.

Seis horas e o sino tocou. Como esperado por todos ali – e até eu tinha certa presunção –, a missa da quarta-feira começou. Deliciada de curiosidade, fechei o resumo de “Vida Secas” para assistir a missa.

O rito segue um padrão, uma “rotina”, através da manutenção de palavras, gestos, símbolos. A missa me parecia uma música com coreografia, na qual a primeira eram as palavras quase que sonolentas do padre, que provavelmente já as havia proferido milhares de vezes na vida, e a segunda consistia no levanta, senta, sinaldacruz, proclamaçãodoevangélio, ajoelha, levanta, comeahóstia, ...

Ao ler tudo isso, você deve imaginar que eu vejo a igreja como algo estúpido, banal. Bem, é isso mesmo que eu acho. Mas essa opinião não se repete quando o objeto é a fé. Respeito a fé, vejo-a como algo muito bonito e poderoso que não possuo. Algo individual demais para ser compartilhado, para ser generalizado numa religião.

Ao final da liturgia, me emocionei ao ver os fiéis, em sua maioria velhinhas, cantarem uma música. A música é já foi repetida várias vezes, é sempre a mesma, mas o que sentem, o que pensam, o que acreditam, é singular e único, sendo preciosos por isso.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Mudança no nome



Em virtude do antigo nome, Canhestral, ter dado tantos problemas, mudei o nome.

Nó no Novelo. Uma repetição embaraçada que só...


ps. A imagem não é minha, mas de: http://psion005.deviantart.com/