Meus pés estão numa rua,
Alinhados às diversas de oportunidades,
Essas, milhares de sussurros uníssonos
Soando em meu ouvido,
Equilibradas, todas,
Pela minha ambição de tudo.
E a balança não pende,
E escolhas não são feitas.
A existência, porém, leva-me,
Já o tempo carcomido, embrulha o vazio
Com um papel-de-presente chamado esperança.
Atravesso a rua, cumprimentando cada possibilidade...
Probabilidades infinitas, essa minha vida,
Mega-Sena sorteada,
Como eleição unânime dos Deuses.
Acaricio o seu potencial,
Massageio seu ego,
“Vir-a-ser”, “futuro”, etc, etc.
Ser política com as próprias decisões!
Amanhã metafísico,
Não me posiciono por,
Puramente, medo.
Ao pensar que cada opção,
Concomitantemente, será uma perda,
Uma, não.
Todas as outras.
Contemplarei a areia sob esses pés,
Pois a rua extinguiu-se, virou praia,
E a praia dá para um mar eterno de afogamento eterno.
O cimento é para os fortes.
Areia morna, porque o sol brilhou
E eu não vi as portas se fecharem, no escuro.
Agora não há meios.
Os olhos se enclausuraram em água salgada.
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