O tempo em que lia, absorta e com atenção,
As palavras metafísicas do velho Sócrates
Diluiu-se, exauriu-se numa bruma,
Que jamais encontrará tal coesão.
O ermo, a vastidão inútil
Além da fachada cavernosa foram cancros
Que deixaram na alma sulco nada sutil.
A rútila luz das estrelas conheceu
A minha loucura, a minha atroz vertigem,
Momento no qual me perdi tal flâmula em tufão.
Passei a ser lascivamente pervertida,
A entregar-me a doença fervorosa do amor.
Tornei-me sádica perante a vida em decadência,
Minhas gargalhadas fizeram dela uma comédia.
Apraz-me adentrar a alcova
E, após beber do vinho ambrosia,
Participar, com os homens presos em grilhão,
Da mais ensurdecedora e fremente orgia!
2 comentários:
Ser sábio é ser um tanto chato, convenhamos: ser temperante, equilibrado, correto, sereno e essas coisas que gostamos de ver numa pessoa de cabelos brancos, e que nos perguntamos por que é tão difícil encontrar essas características nos nossos velhinhos de hoje em dia.
Acho que a moda é ser cego, e debater-se alucinadamente, seja uns nos outros ou mesmo nas paredes. Pobres paredes.
Isso tem alguma coisa a ver com o carnaval?
Caramba! Isso tudo depois do carnaval?
Abração.
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