- Mas, meu senhor! Eu entendo a sua posição, mas é que se trata de uma rua, lugar público! Não pode me tirar daqui, não estou fazendo nada.
- Boneca, - o velho cuspiu na sarjeta – todos nós sabemos o que você está fazendo aqui. E é tão ilegal quanto mandar alguém inocente embora de uma rua pública. Não queira arrumar confusão... Isso aqui é a rua comercial mais importante do centro, e essa é a calçada da MINHA loja.
- Ora, deixa eu ficar, vai? Só o senhor reparou em mim, nem estou atrapalhando!
- Opa, opa. Eu reparei em você. – Pelezinho, o moleque, parou o que estava fazendo para lançar um olhar tanto pervertido quanto perverso.
- Cala a boca, Pelezinho. Isso é entre eu e a moça aqui. – e o velho colocou seu braço sobre o ombro dela.
- Sem querer ofender, Seu Barros, mas ela poderia ser sua neta... Tem quantos anos? O mesmo que eu, aposto. E o senhor tem neto até mais velho que eu!
- Muito engraçado, muito! Você, quando chegar na minha idade, vai entender que a vida só está começando! – virou-se para a menina – A belezura está cobrando quanto? Eu pago!
- Vinte reais, duas horas. Quinze, se o senhor deixar eu fazer o ponto aqui.
- Ótimo. Agora chispa, moleque!
(...)
- Pronto, agora que ele se foi, vamos à farmácia para comprar o santo medicamento.
-... o senhor vai mesmo deixar eu fazer ponto aqui, né?
- É, é... Agora, vamos.
3 comentários:
Ele poderia estar levando ela para um lugar pouco movimentado para matá-la e abandoná-la numa vala tão pútrida quanto os dentes dele.
Quem sabe?
Sem São Paulo (ôôô)
O meu dono é solidão
Diga sim, que eu digo não...
Nessa cidade, tudo é possível!
Tem uma indicação pra você nas Notas, passe lá pra ver.
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